Imagem capa - Exposição Fotográfica Metamorfose inicia turnê em BH e cidades mineiras por Ivna Sá Fotografia

Exposição Fotográfica Metamorfose inicia turnê em BH e cidades mineiras

A Exposição Fotográfica Metamorfose iniciou a sua turnê por Belo Horizonte e algumas cidades mineiras. Depois do lançamento feito no dia 3 de agosto, durante o VIVA SUA REAL BELEZA 2019, as 8 telas estão expostas no Colégio Magnum/Unidade Buritis, durante a Bienal de Arte que vai de 11 a 14 de setembro.


A exposição Metamorfose é uma parceria do Projeto A Vida é Bela e do Programa Viva sua real beleza, idealizado pela fotógrafa Ivna Sá. "Eu recebi oito mulheres em meu estúdio que foram presenteadas com um Kit do Projeto A Vida é Bela e uma peruca da Boutique Mulan, inaugurada pelo mesmo Projeto em abril deste ano. Algumas mulheres que estão em tratamento contra o câncer receberam a peruca por empréstimo, enquanto outras que perderam definitivamente os cabelos receberam como doação. Elas foram maquiadas e fotografadas por mim e na Exposição é apresentado o ANTES & DEPOIS de cada uma. Carequinha, sem make e sem produção X com a peruca, maquiada e produzida", relata a fotógrafa.


São oito histórias muito especiais, diferentes e inspiradoras como a da Isabela, uma jovem de 20 anos que perdeu definitivamente os cabelos devido ao estágio avançado do Lupus e da depressão e a da Núria com 42 anos e que já está em tratamento paliativo devido a uma metástase. Na Exposição há também uma mulher com Síndrome de Down e alopecia (perda definitiva dos cabelos).


O Projeto A Vida é Bela foi idealizado por Nádia Bueno que após lutar bravamente contra o diagnóstico de um câncer de mama, uniu-se a mais três mulheres para juntas levarem autoestima a quem enfrenta o tratamento. Para saber mais acerca do Projeto A Vida é Bela, para doar cabelos naturais para a Boutique Mulan, para se tornar um voluntário ou apoiador desse Projeto que visa resgatar a beleza e a autoestima de mulheres, acesse o site: Clique aqui para saber mais sobre o Projeto A Vida é Bela


Abaixo você tem uma imagem do Antes e Depois das oito participantes e no vídeo abaixo o lançamento durante o evento Viva sua real beleza 2019.  




Elizandra Christiane de Araújo tem 24 anos e casou-se em 14 de abril de 2018. Em outubro do mesmo ano, descobriu o câncer nos linfonodos (Linfoma ou Doença de Hodgkin). Iniciou o tratamento em 10 de janeiro de 2019. Estuda Pedagogia e formaria no mês de julho de 2019, mas em função do tratamento precisou interromper o curso. A família é de Conselheiro Lafaiete/MG. Assim que casou, mudou-se para Três Marias/MG. Com o diagnóstico, mudou-se novamente, dessa vez para Contagem. A mãe ou a sogra a acompanham no tratamento para que o marido possa trabalhar. “Receber a notícia - você tem câncer - é como uma sentença de morte. 


Considero esse momento um dos mais difíceis, somado ao dia em que percebi os cabelos caindo. É muito doloroso perder os cabelos». Até a data das fotos, Elizandra ainda não havia raspado a cabeça.



Vilma Ferreira tem 39 anos, é casada, diarista e tem um filho de 19 anos. Descobriu o câncer de mama em março de 2019, quando tomava banho e apalpava os seios. «Eu estava vendo o noticiário que tratava justamente da importância do autoexame. Ao tomar banho resolvi fazer e fiquei muito assustada quando percebi o caroço. Foi um cuidado de Deus comigo». Vilma decidiu encarar a doença de frente, mantendo as faxinas e contando com o apoio incondicional do marido e do filho. «Se eu parasse de trabalhar, eu entraria em depressão». O dia de suas fotos foi marcado com esse sorriso, porque se existe uma coisa que Vilma é especialista, é em saber viver.




Isabela Lorrayne Silva tem 20 anos. Com sete irmãos (alguns por parte de pai, outros por parte de mãe) Isabela precisou aprender desde cedo que a vida é uma aventura para os fortes. Ainda com 5 anos, descobriu o Lúpus: doença inflamatória autoimune. Depois da separação de sua mãe com o padrasto (que considerava como o pai), iniciou um processo depressivo que agravou o Lúpus, culminando na perda dos pelos. Sofre constantemente com fortes dores de cabeça e sempre encontrou dificuldades para permanecer no emprego. Atualmente não faz nenhum tratamento para controlar a doença, mas na semana em que fez as fotos, estava feliz porque começaria a trabalhar. 


Tem a autoestima muito baixa, mas confessou: «foi legal fazer as fotos. Fiquei até bonita». Isabela encontrou na fé uma maneira de driblar os revezes da vida."



Denise Dias Bonfim dos Santos, 37 anos, teve os primeiros sintomas da alopecia aos 7 anos. O cabelo apresentava falhas em várias partes. Aos 14 anos, com a perda do avô materno e do pai, sofreu um impacto emocional que culminou na perda definitiva dos pelos. Aprendeu a conviver com o problema e descobriu que, com o uso da peruca, poderia ter uma vida normal. Casou-se em junho de 2009. O companheiro acolheu a sua história e, com apenas 1 ano de namoro, já estava casada. Tem duas filhas,de 5 e 8 anos, trabalha como manicure e reside em Santa Bárbara/MG. Ao longo destes anos, tem lutado bravamente para manter a autoestima sem deixar que a alopecia seja maior do que a sua alegria de viver.



Elaine Cristina do Espírito Santo tem 43 anos e mora em João Monlevade/MG. Portadora de Síndrome de Down, Elaine começou a perder os pelos com apenas 3 anos de idade. Os pais e a irmã mais velha buscaram inúmeros profissionais para solucionar o problema, mas sem sucesso. Segundo a irmã, Maria Aparecida, Elaine encontrou na peruca, ainda bem nova, uma maneira de minimizar o desconforto de não ter os cabelos. «Enquanto para uns a peruca é motivo de chacota. Para outros, como a Elaine, foi a solução. Ela é vaidosa, gosta de pentear os cabelos e de se arrumar». Devido aos cuidados de que necessita e à idade dos pais, a fotógrafa viajou até sua cidade para fazer o ensaio fotográfico na sua residência.


Simoni Maria Azevedo Santos tem 54 anos, é casada e trabalha como cerimonialista. Foi diagnosticada com um câncer lobular invasor na mama direita. Iniciou a quimioterapia de modo profilático, depois da cirurgia em que retirou a mama direita. O fato de já ter trabalhado 4 anos em um Centro de Quimioterapia, de algum modo a ajudou no processo de assimilação da doença. «A primeira coisa que pensei ao receber o diagnóstico foi: eu vou vencer». Simoni tem buscado viver intensamente e segue trabalhando. Contudo, foi surpreendida por uma possível cliente que deixou de contratá-la em função do câncer. 

«Como vou fechar com você se nem sei se estará viva no evento?» Para Simoni, esse dia e a perda dos cabelos foram os momentos mais sofridos da doença até então.



Núria Nei Rodrigues da Silva tem 42 anos. Foi diagnosticada com o câncer de mama em julho de 2018. Antes de iniciar a quimioterapia, precisou fazer o esvaziamento da axila e a retirada total da mama direita. Hoje, Núria faz quimioterapia branca como tratamento paliativo, porque houve metástase para o pulmão. «Até hoje não consigo acreditar e assimilar que estou com essa doença. Tenho tentado manter a autoestima, mas quando tiro a maquiagem ou a peruca, a doença está lá visível na minha frente. Tenho medo de deixar meu filho de apenas 14 anos, tenho dificuldade em aceitar. Na verdade, tenho medo da morte.» 


Núria encontrou na ONG Mamamiga o suporte, o carinho, o acolhimento e o amor de que precisava para lutar diariamente contra os sintomas do câncer. «Encontrei na Mamamiga mais cuidado do que na minha própria família. E hoje busco viver cada dia como se fosse o meu último dia de vida».





Priscilla Eduarda Leo Rocha tem 39 anos e mãe da Beatriz: filha única de 8 anos. Quando tinha 12 anos de idade, foi diagnosticada com Leucemia. Sem necessidade de fazer transplante de medula, conseguiu a cura da doença com a quimioterapia. Nunca mais houve reincidência da doença, até que em abril de 2019, começou a investigar as constantes dores no braço. Depois de passar por muitos médicos, veio o diagnóstico: Linfona não Hodgkin de células B folicular. «Foi uma semana de luto e depois muita fé em Deus para lutar. Quando eu tinha 12 anos eu pensava: vou me tratar e vou me curar. Mas agora, como mãe, é tudo muito diferente. Peço a Deus todos os dias a graça de ver minha filha crescer.» 

Beatriz, de apenas 8 anos, desejou cortar os cabelos para apoiar o tratamento da mãe. Depois de convencer-se de que não era preciso, decidiu usar turbantes. Tal mãe, tal filha em todas as circunstâncias.